sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Supermercados


Acordei de manhã. Não costumo olhar o horário, mesmo pq eu não tenho muito o que fazer. Tinha decidido começar a fazer algum esporte pois meu físico não é dos mais atraentes, mas é inverno e o frio me fez ficar agasalhado bebendo chocolate quente e vendo filme. Depois do filme, almocei e fiquei jogando vídeo-game. Depois de muitas horas de esporte mental, decidi ler um pouco. E li algumas tirinhas de Snoopy. Não que eu não aprecie Kafka, Sócrates, Nietzsche. Longe de mim não apreciar o que deve ser apreciado, não quero que saibam que eu nunca li mais que resumos destes cidadãos. Eram ótimos resumos.


Depois de tanto agito, chegou o fim da tarde e estava bem, até eu ter que ir ao supermercado no horário de pico. Pessoas pra lá e pra cá, com cara de cansadas, com caras econômicas de expressão. Pessoas que não aguentam mais ir ao supermercado. O supermercado de quinta-feira ás 19 horas não é o melhor lugar para um depressivo, é lugar onde deveria ter um palhaço, doses de pinga grátis, cigarros grátis, pessoas peladas, qualquer coisa pra animar esse lugar de tristeza. E então eu vi um casal jovem e feliz. Sorriam e brincavam na sessão de massas e molhos. Talvez estivessem escolhendo o jantar. Atravessando a minha visão do casal aparece uma mãe com uma criança no colo emburrada. O destino só pode tá de palhaçada comigo, estava buscando esperança e nem era pra mim, era pro casal! Naquele momento, eu estava conformado dentro de minhas perspectivas. Pobre casal. Na fila é mais desespero, tem que ver se o dinheiro dá. Nesse momento eu não estava tão feliz com minhas perspectivas, teria que abandonar a embalagem gigante de chiclete.


Cheguei em casa e meu pai me perguntou quando eu iria arrumar um emprego e eu disse que ele tinha sorte de eu não ter me matado após o supermercado. Pela cara dele, talvez não fosse tão má a idéia. Contei do desespero que senti nas pessoas e ele me disse "Nem todas são assim, só 90%." e riu. Pelo menos meu pai não pega tanto no meu pé. Já conversamos algumas vezes sobre isso e ele me entende, na verdade acho que ele não me entende tão bem, pois tive que conversar algumas vezes sobre isso. Minha mãe que acha um absurdo, isso pq ela fica me comparando com meus primos, amigos e minha irmã. Ela acha que a vida de mãe é uma incrível competição pra ver quem tem os melhores filhos, onde 'melhor' é melhor no conceito dela, que é o conceito dos outros. Culpo em parte a televisão. Programas televisivos pra donas de casa são programas preconceituosos, ignorantes e nunca trazem novas visões. É sempre bolo de fubá e nunca de maconha. Conservadores de merda, pessoas nobres.


Depois fiquei pelo YouTube, estou ouvindo música e escrevendo isso. Torcendo pra que alguém comente.

5 comentários:

  1. bah, muito bom o texto, me identifiquei alts com a parte de ter que conversar várias vezes com pais praentenderem maleporcamente um pouco das ideias e pensamentos ksoapKSopAKSpoaK vô ficar esperando o próximo :D abraço.

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  2. Vc é mais um jovem como nós, idéias e ideais! Adorei, cara. Bom texto mesmo... ri com a parte do supermecado haha

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