quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Paixão de praia, sobe a serra? Parte I


Pois bem, fazia tempo que não escrevia e estou me decepcionando com o que ando escrevendo. Escrevi sobre acreditar nos sonhos, sobre lutar por eles e blablabla. E agora vou escrever sobre o fato de eu ter ficado apaixonado, é muito clichê pra um blog só, que os leitores me perdoem. Leitores? Daria pra eu falar o nome de todos eles em 140 caracteres.

Eu fiquei apaixonado por minha incrível colega praiana de nome Silhueta. Nesse feriado fui pra casa de praia que minha incrível família despojada tem. Eles acham o máximo enfiar todo mundo em uma caixa de metal com 4 rodas e ir pra praia, pegar um trânsito infernal com toda a cidade fazendo a mesma coisa. Pessoas despojadas são assim.

Chegando lá, logo encontrei os amigos de veraneio: Huguinho, Zezinho e Luizinho. E eles estavam com a amiga deles, a Silhueta. No mesmo momento achei que meu físico estava ruim pra cacete. A pequena era um espetáculo, lindo cabelo, lindo corpo e lindo rosto. Fomos até a praia e passou um rapaz com corrente de prata (prata?) e uma prancha de surf, vale lembrar que naquela praia não tem onda pra tamanha nobreza. Ela olhou. Ele olhou de volta. Eu chorava por dentro.

- É... vc gostou do surfista, né? - perguntei pra Silhueta, tentando ser despojado.
- Gostar? Achei ridículo, aqui nem tem onda.

Eis que surge a esperança. A tática do mané não funcionou com ela, o que demonstrava certa sabedoria analítica. Os nobres amigos de veraneio decidem entrar no mar, por dentro fico desesperado.

- Vou a sorveteria, essa praia é muito suja. - desculpa de aleijado é muleta.
- Vou com vc. - mulheres, sempre fugindo da sujeira.

E lá falei todas as aflições da minha vida e ela gostou bastante. Quando senti que surgiu um clima, coloquei minha boca na colher de sorvete pq não tenho capacidade de roubar beijo nem do meu cachorro. Não sou menino de cinema...

CONTINUA (amanhã)

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Encarando a falta de coragem alheia!


Ao som de http://www.youtube.com/watch?v=rjmgKVmFhBQ&NR=1

"Não tenho que reclamar da vida. Tenho casa, comida, roupa lavada. Tenho uma família que me ama, amigos que me cercam, sou reconhecido no meu trabalho." Se encaixou na frase? Pode parar de ler e vá ser feliz. Eu tenho do que reclamar da vida.

As pessoas que te amam não te querem ver feliz. Elas querem ver vc feliz no conceito de felicidade delas. Família pode se enquadrar nesse tipo de amor. Meus pais dizem me amar, mas as coisas que eles fazem é tentar me mostrar o caminho que eles acham correto, que adorável. Fico muito grato, mas eu não estou muito convicto de que esse caminho funciona pra mim. Colocado este ponto de vista, é hora de mostrar o amor. O amor que pode ser apoio, ou simplesmente parar de implicar. Quem pouco atrapalha, muito ajuda.

Não sei o que quero de profissão, gosto do dinheiro, mas não é essencial. Só quero ficar tranquilo comigo mesmo. Talvez seja escritor, garçom, dançarino ou um pescador. E eu estou a observar. Não quero ser um engenheiro, nem médico, nem gerente de vendas. E quem me apóia em seguir caminhos tão inglórios como estes que não exigem um diploma? Quem é que vem até mim e diz "Querido filho, estou contente de vc ser corajoso e seguir seus sonhos? Se algo der errado, estarei aqui"? Somente eu mesmo. Antes da estabilidade financeira que venha estabilidade emocional! Isso não é mimar, é amar. No momento, queria ter um filho e ser um exemplo de pai. Entendo que eles tenham os valores deles, não acho que seja pedir muito que eles reconheçam meus valores. Isso pouparia muitas intrigas.

Aos nobres que desejam ter filhos, lembrem-se que o mundo muda, que a moral muda e o que é certo e errado muda. O quanto temos que nos adulterar pra nos adequar ao mundo? Quantos sonhos temos que desistir? E se as pessoas que dizem te amar, não souberem te respeitar... então, seja corajoso e nesse ponto seja uma pessoa egoísta! Mas por Deus, sonhe conscientemente. É tanto clichê que tenho até medo de escrever.

No mais, feliz dia das crianças, pais!

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Línguas em chamas


Olá a todos, onde todos se iguala a 6 pessoas no máximo. Irei colocar nos posts um link de que música estava ouvindo enquanto escrevia o relato abaixo. A idéia é ficar como um texto com trilha sonora, caso queirem, obviamente.


Hoje o dia foi triste, estraguei um almoço colocando muita pimenta. Eu poderia ter jogado a comida do meu prato fora e colocado mais comida não apimentada? Não, pois uma vez fiz isso e minha irmã, que é mais velha disse: "Não é nem vc que compra comida, não desperdice!". Eu não queria ouvir isso de novo. Mas a adorável irmã não estava em casa, logo eu poderia colocar comida não apimentada? A resposta é negativa novamente, pois minha mãe estava em casa e ela já disse uma vez: "Tanta gente passando fome no mundo e vc aí desperdiçando alimento!". Na ocasião ela tinha feito lasanha, e eu adoro lasanha. Mas lasanha com berinjela? E ela tem a cara de pau de me falar de desperdício de comida? Pra não ficar com a cabeça em chamas comi aquilo mesmo.

Depois do almoço fiz o de costume. Nada de útil aos cidadãos brasileiros, mas muito útil pra mim. Joguei vídeo-game e li gibi, cheguei a olhar uns sites de psicologia pois aqui em casa sou tratado como louco, e querem que eu vá em uma clínica psicológica pra me encaminharem para um psiquiatra e este me medicar. Não seria ruim, teria desculpa pra toda vida! Acho que farei isso.

E esse negócio de ser útil pra sociedade, hein? Que papo mais escroto. Estão todos preocupados é com o próprio umbigo. Inclusive eu! Quem é o idiota que acha que sentar em um escritório e fazer o patrão ganhar mais dinheiro é de alguma utilidade social? É quase o contrário! Se a utilidade é movimentar a economia, pois bem, eu movimento uma economia e tanto com literatura em quadrinhos, chicletes e vídeo-games!

Eu não sei o que quero fazer profissionalmente, e nem entendo muito bem qual é a incrível lógica da maioria das pessoas, mas eu sei que por onde quer que eu olhe sempre tem um idiota pra fechar os olhos com as próprias mãos!

Jantei tranquilamente e fiquei pela Internet. Agora escrevo isso esperando que alguém de bom coração comente e me faça feliz.

domingo, 22 de agosto de 2010

Dia de sol


Hoje é domingo, dia de reclamar dos afazeres da segunda. Mas como não é esse meu caso, simplesmente não reclamo de nada no domingo. Eu juro que gostaria. Queria ter um chefe pra xingar e ser xingado, dar "Bom dia" para companheiros de trabalho e me preocupar em como fazer ricos ficarem mais ricos. Imagino que se eu fosse funcionário de alguma empresa, iria fazer amizade forçadamente com todos. Ficar trabalhando de segunda até sexta, 9 horas por dia, implorando pro senhor do tempo pra que adiante o tempo e termine o expediente. Os que dizem gostar de trabalhar, devem falar isso por falta de opção. Devem ter qualquer motivo. Podem falar que gostam de trabalhar por se sentirem inseridos no mundo, por terem estabilidade, por terem dinheiro, por terem uma rotina. Rotina, tem gente que gosta dela. Mas duvido que a pessoa sairia trabalhando de graça. Se trabalho fosse bom não era pago!

De qualquer maneira, eu não fiz muita coisa hoje. Acordei no horário do almoço e vi que o dia de hoje teve muito sol e poucas nuvens. Pensei em chamar uns amigos e andar por aí. Primeiro eu almocei, tomei banho, assisti um filme e li Calvin & Harold. Era fim da tarde, clima agradável. Decidi chamá-los e entrei no MSN. Mal responderam, mas quando havia resposta a variação era entre "Estou descansando, amanhã tenho que trabalhar" e "Estou tranqüilo, amanhã tenho que levantar cedo". Durante o papo, quase foi unanimidade a reclamação da coitada da segunda-feira. Se eu fosse a segunda-feira pedia pra revezar com o Sábado! Aí não tive escolha, fui navegar pela internet.

Um domingo tranqüilo com todos os nobres descansando pra ficarem nervosos durante a semana! Eu não quero estar nessa vida de merda, mas todos estão. Merdas unidas ou a mosca da merda voando livre por aí? O que vale mais?

Aí termino o dia escrevendo e ouvindo música, com vontade de tomar um sorvete mas sem dinheiro pra comprar um. Dá até vontade de poder reclamar da Segunda-Feira.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Supermercados


Acordei de manhã. Não costumo olhar o horário, mesmo pq eu não tenho muito o que fazer. Tinha decidido começar a fazer algum esporte pois meu físico não é dos mais atraentes, mas é inverno e o frio me fez ficar agasalhado bebendo chocolate quente e vendo filme. Depois do filme, almocei e fiquei jogando vídeo-game. Depois de muitas horas de esporte mental, decidi ler um pouco. E li algumas tirinhas de Snoopy. Não que eu não aprecie Kafka, Sócrates, Nietzsche. Longe de mim não apreciar o que deve ser apreciado, não quero que saibam que eu nunca li mais que resumos destes cidadãos. Eram ótimos resumos.


Depois de tanto agito, chegou o fim da tarde e estava bem, até eu ter que ir ao supermercado no horário de pico. Pessoas pra lá e pra cá, com cara de cansadas, com caras econômicas de expressão. Pessoas que não aguentam mais ir ao supermercado. O supermercado de quinta-feira ás 19 horas não é o melhor lugar para um depressivo, é lugar onde deveria ter um palhaço, doses de pinga grátis, cigarros grátis, pessoas peladas, qualquer coisa pra animar esse lugar de tristeza. E então eu vi um casal jovem e feliz. Sorriam e brincavam na sessão de massas e molhos. Talvez estivessem escolhendo o jantar. Atravessando a minha visão do casal aparece uma mãe com uma criança no colo emburrada. O destino só pode tá de palhaçada comigo, estava buscando esperança e nem era pra mim, era pro casal! Naquele momento, eu estava conformado dentro de minhas perspectivas. Pobre casal. Na fila é mais desespero, tem que ver se o dinheiro dá. Nesse momento eu não estava tão feliz com minhas perspectivas, teria que abandonar a embalagem gigante de chiclete.


Cheguei em casa e meu pai me perguntou quando eu iria arrumar um emprego e eu disse que ele tinha sorte de eu não ter me matado após o supermercado. Pela cara dele, talvez não fosse tão má a idéia. Contei do desespero que senti nas pessoas e ele me disse "Nem todas são assim, só 90%." e riu. Pelo menos meu pai não pega tanto no meu pé. Já conversamos algumas vezes sobre isso e ele me entende, na verdade acho que ele não me entende tão bem, pois tive que conversar algumas vezes sobre isso. Minha mãe que acha um absurdo, isso pq ela fica me comparando com meus primos, amigos e minha irmã. Ela acha que a vida de mãe é uma incrível competição pra ver quem tem os melhores filhos, onde 'melhor' é melhor no conceito dela, que é o conceito dos outros. Culpo em parte a televisão. Programas televisivos pra donas de casa são programas preconceituosos, ignorantes e nunca trazem novas visões. É sempre bolo de fubá e nunca de maconha. Conservadores de merda, pessoas nobres.


Depois fiquei pelo YouTube, estou ouvindo música e escrevendo isso. Torcendo pra que alguém comente.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Quem sou eu?


FODA-SE. É assim que começo esse incrível diário. Pelo palavrão, peço desculpas aos mais nobres, aos mais cultos, aos mais moralistas, mas simplesmente comecei e recomecei a escrever umas 15 vezes! Não mereço, ninguém merece né? Ninguém nunca merece nada.

Tenho 22 anos. Não estudo por não saber o que quero aprender. Não trabalho por não ter estudado. Tenho sorte de participar da elite decadente brasileira, ter acesso fácil a internet e com isso conseguir comer e dormir debaixo de um teto. Fiz um colegial medíocre, nunca me esforcei, e com isso não saíram tão boas as minhas notas! Tem aquela galera que diz que nunca se esforçou, mas ia bem nas notas. Não se enganem, as pessoas dizem isso pois querem passar a imagem de inteligentes. Inteligente ou não, tenho 22 anos, desempregado, sem namorada, morando com os pais, vendo meus amigos se formarem, namorando, caindo fora do ninho.

Uma vez me senti perdido no mundo, e com isso me senti velho. Podem observar, os velhos estão perdidos no mundo. Então disse em voz alta pro meu amigo que me sentia velho, o pai dele ouviu e disse que eu era jovem demais pra me sentir velho. Depois de um tempo ele me perguntou sobre o vestibular e falei que não ia prestar pois estava em dúvida. O mesmo pai disse "Ainda?". Desse jeito fica difícil não se sentir velho. Isso pq eu ainda disfarcei. Se ele perguntasse "Dúvida entre quais?", eu responderia "Todas"!

Sabe o que é mais interessante sobre as dúvidas? É o desrespeito por elas. É bonito ter certeza, ser decidido, ter iniciativa, botar a cara pra bater! Não acho bonito ser imprudente. Tenha uma certeza errada na sua vida e veja o que os nobres dirão sobre ela, obviamente depois que der errada.

No mais, sou um rebelde sem causa. Eu queria pixar a cidade com algumas frases de efeito. Não aquelas de livro de auto-ajuda. Frases do tipo "7 horas da manhã. E vc ainda acha que tem livre-arbítrio?" ou algo assim, pra pessoa do ônibus ler e pensar. Não me incriminem, a pixação seria legível, não em letra de pixador marginal ou médico.

Obrigado por ler até aqui. Espero voltar em breve, talvez amanhã.